20 junho, 2011

MUDANÇA DE ENDEREÇO!




Agora estou em outra morada.

Espero recebê-los lá!




Grande abraço,

Ivan Pielke.



www.pelaalma.wordpress.com

12 junho, 2011

Nesses Versos


Não há o que a razão não alcance
Tudo podemos esquecer
Conseguimos seguir em frente
Para sempre reaprender

Só sobrevivem os fracos
Que fraquejaram e tremeram
Eles engolem a derrota
E o riso dos que não sofreram

Eles fazem de conta
Engasgam no orgulho
Jamais vencerão
Por nunca ter sentido
A mão que levanta
e aponta o que procuro

Separados vão ao lado
Estão abanando ao céu
Juntos carregam a paz
Que amarram nesses versos
de cordel

08 junho, 2011

A Verdadeira Educação - Para a Saúde Mental e Moral

Como viver no mundo? Problematizar os modos de viver, linhas pelas quais escrevemos a nossa própria existência, e contribuímos para o ethos da sociedade, é um dos caminhos para levantarmos hipóteses de como se dá a ética dentro de cada indivíduo. Somos dotados de mente, corpo, consciência e, caminhando nesses campos vastos, encontramos a educação. Muitos autores abordaram o tema do ensino como fator quase que exclusivo na causa das formas de viver do futuro adulto. Precisamos nos perguntar e - se pudermos - responder se ensino e educação trata-se de um único objeto de estudo; e se ele é mero objeto-coisa. A loucura se desenvolve por fatores genéticos (genes), pela forma (como - ethos) com que o infante é tratado ("eu ensino?", "eu instruo?" ou "eu educo?")? Talvez o conceito de loucura, a forma com que ela se manifesta, vindo à luz, e como ela é per si, seja mais abrangente que as concepções dualistas de mente ou corpo, instrução ou educação, genes ouambiente; há o desafio e possibilidade de utilizarmos "e" ao invés de "ou", mas para isso precisamos nos despir de extremismos e admitirmos uma nova forma de pensar uma sociedade que vive a cultura do vazio; ironicamente trata seus "doentes" em situações muito distantes da ética praticada nos gabinetes e nas comissões que se proliferam proporcionalmente a sua hipocrisia. O presente artigo pretende refletir sobre ser psicólogo entre dilemas poucos estudados, tampouco vivenciados, nas academias “psicologizadas” que pouco pensam os dilemas éticos, a política como arte das relações, o papel da educação na constituição do ser humano e o antigo drama de não encontrar um norte seguro que nos diga o que é a saúde mental e como devemos agir diante de seres humanos. Talvez estejamos no vazio, tateando em busca de algo que não nos é ensinado na faculdade: a Alma.

Clique aqui para ler o artigo completo.

06 junho, 2011

O Amanhã?

É dor, calma que vem
Suplanta o mal e o bem
Deixa tudo mortificado
Nem cima, baixo, nenhum lado
Veio, se instalou e foi
Me acaricia, me dá boa noite
Suicido o pouco de mim
Pra ter mais certeza que sofri
Busco o gosto do acostumar
A viver sem herança
O que me deixou, a lembrança
É viva morando no amar
O quanto é amargo
Todo meu suportar

05 junho, 2011

AindAcordar


Gotas semeiam fel
dAquele que aposta o instante
O claro que te faz crescer
É peito a pulsar o meu restante

Possam todos suportar
Em algum planeta pousar
Espalhem a tortura que é
Viver sem o ar, estar em pé
Por não ter onde acordar




02 junho, 2011

Gemido

Quando a dor é tanta, eu vacilo
Posto ao lado, aqui dentro
É que desminto

Ainda, indo, desfaleço no teu peito
Atormento de um jeito
Que nunca mais levanto
Nunca mais entendo
Tudo que a vida leva
Pra agarrar todo teu tormento

Universo

No vazio do quarto
O mundo é infinito
Sonho é uma lenda
Onde tudo é florido

Existe somente ele
Banheiro e cozinha
Roupas lavo ao sol
Quando tudo domina

Leve-me para passear
Até o peito cansar
Sejas como és aqui dentro
Em cada nobre acordar

31 maio, 2011

Entre cachos

Dava pra sentir à distância
Os cheiros leves e macios
Tua presença incondicional

Redobrova as buscas em ti
Arrancando blusa e sutiã
Eu me despi também

Flutuávamos no nada além
Haviam sonhos tocáveis
"Beija a minha mão"

A voz fanha daborada
O moço trabalha ao servir
Faz o dia passar à espera
De ver os cachos sorrirem

A imagem e o abismo nas redes sociais


As redes sociais estão cheias de ostentação. Ela, por si só, trabalha com evocações de imagens e significados, mas como somos um tanto entediados, precisamos de mais.

Há milhares de anos os humanos se organizam em grupos e constroem as suas identidades. Aqueles grupos são infinitamente menores que os grupos criados nas redes sociais do mundo virtual. Precisamos levantar algumas bandeiras de cores diferentes dos demais para que sejamos alguém. Homens e mulheres gostam disso, mas, relativamente, as mulheres tendem a dar mais valor a aparência e a imagem que pretendem divulgar – agora não para o fim exclusivo de reprodução em círculo restrito; no Facebook, por exemplo, podemos ter mais de 2 mil “amigos”; cada amigo tem outros tantos amigos; a navegação entre os perfis é livre, o que pode impedir é o bloqueio de determinados conteúdos (até que a referida pessoa aceita a sua solicitação e torne a ser conhecido o conteúdo até então privado).

A imagem é utilíssima para vender, no entanto, há um conteúdo por detrás da imagem; dotado de significado, valores e impressões falando, e muitas vezes gritando, informações inerentes àquela pessoa, não necessitando assim perder tempo lendo o que a pessoa estuda, o que faz, a que investe seus neurônios e tempo. Por exemplo: quando entramos em um perfil, clicando nos álbuns, nos deparamos com fotos em que parece ser obrigatório a publicação exclusiva de fotos de festas. Todos sorriem, levantam suas taças, há fotos dos melhores espumantes, pulseiras vip em todos os punhos, e todo o resto que todos já se depararam. O que há por trás de tudo isso?

O óbvio é constante; tal como pode ser esse texto. Vivemos em um mundo onde a masturbação visual é freqüente. Tudo brilha e se modifica nas mãos de habilidosos em softwares como Photoshop e até nos programas do Picasa. A imagem que foi captada pela lente da câmera - seja ela do iPhone, celular ou até mesmo de uma câmera profissional(!) – passa pelo “filtro” próprio do equipamento. Mas somos entediados, precisamos de mais. Após o primeiro filtro, aplicamos outros tantos de acordo com a nossa vontade de mostrar exatamente e somente aquilo que desejamos que os outros vissem. Está tudo devidamente moldado, paralisado e o pior: esterilizado, cheirando a formol tecnológico.

Tenho a impressão de que não nos apropriamos de nós mesmos; à priori precisamos de ferramentas e meios que modifiquem as impressões que talvez os outros terão de nós, ao invés de me modificar, já que não gostaria que me vissem assim como sou. Utilizando um exemplo de Luciano Marques de Jesus, professor de filosofia da PUCRS, onde retrata a situação tediosa que somos acometidos: a menininha tem a boneca que come, a que bebe água, a que anda, a que engatilha e faz coco, a que fala, a que fala e chora e até a que dorme. Ela quer a primeira boneca, mas ela não é suficiente (e não há problema nisso), nós nos contentamos com pouquíssimas coisas, por isso acumulamos pilhas e pilha de bugigangas que em tempo recorde deixarão de matar o meu tédio. Domingo à tardinha é o ponto alto dos entediados.

Estamos vazios. Eis a pior parte deste texto. Há um vácuo existencial em nossas almas. Recorremos a redes sociais com a esperança de ter alguém presenciando o meu sofrimento, aquilo que nem sei o motivo de estar vivendo e expressando; só sei que estou. As coisas infelizmente são mais suscetíveis de serem mudadas; os seres penam e se contorcem em sua covardia em labutar em busca de uma realização rica de sentido, que seja útil para alguém e que talvez enriqueça essa vida miserável baseada na imagem oca. A felicidade, como todos as maiores realizações, só é alcançada como efeito colateral a realizações de valores; alcançada sempre a longo prazo, após muita aprendizagem, experiências e entrega aos meios que estão possibilitando os fins.

Se parecer uma crítica a quem ler esse escrito, terei atingido o objetivo que me propus. Criticar é pensar com argumentos. Talvez seja construtivo criticarmos o Rei Roberto Carlos pelo verso “Eu quero ter um milhão de amigos”, porque, afinal, ninguém pode ter um milhão de amigos verdadeiros em uma rede social, mas podemos ter poucos followers com quem dividimos abraços, idéias e palavras de amor que nenhum software poderá criar ou modificar.

A vida seleciona

A vida seleciona quem
fica pelo caminho e
aqueles que seguem
Castelos desmoronam
os ventos desaguam
o magnetismo apaixona
Entre os trens
beijos e adeus
chegadas, sorrisos
Há os que choram
resmugam, concordam
aconselham e se perdem
Conhecem mais dos outros
que a si próprios
dão dicas e certezas
A vida seleciona quem
onde, talvez, como
quando alguém ficará
ou seguirá esse caminho

Continua

Desprende esse aperto que consome
Se tiver na alma a dor
Se houver clamor no amor
Alguma vontade de pegar a mão
Dança em volta da fonte
Clareia a voz que amanhece
É assim que o frio corta
Foi assim que sangrei até morrer
Desde que soube de ti
Juntos éramos tudo
Agora somos o presente
Mesmo em outros viveres
Levanta o peito e estufa a alma
Recém começou
O que não terminou