10 maio, 2007

Título do post. OI!

Já havia ouvido falar da boca de alguns críticos o termo ‘música descartável’ e resolvi usá-lo também. É bem difícil hoje em dia achar um som interessante que fique vivo na memória e não seja algo que seja feito sem o intuito único e exclusivo de vender o maior número de discos possível, tocar o máximo possível na rádio mais ouvida entre às 18h e 21h e ter o clipe mais pedido na emissora mais ‘cool’ entre a gurizada de São Paulo.

Salvaram-se poucos LPs bons das garras dos colecionadores de bom-senso que gostam do tocável e da saudade que há muito caminha ao lado. Agulha, bandeja, aparelho de som e seus respectivos falantes são raros nos tempos em que a banda da última semana ganha mais dinheiro que a venda acumulada de todos os discos gravados pelo Tom Zé. É difícil de explicar este fenômeno porque a falta de discernimento da minha pessoa condiz com a confusão e a falta de rapidez que as informações passam entre as minhas fendas sinápticas não muito organizadas.

Eu tento, mais uma vez! Voltam as idéias sobre o que escrever a respeito da falta de coração na música.

Sabe aquele riff que o cara guarda pra ser usado na melhor letra? Sabe aquele refrão que se repete 28 vezes durante os dois minutos e meio de música? Sabe aquela levada de bateria que deu certo, copiada da banda de 30 anos atrás? Sabe o contato forte da coluna da Folha de São Paulo? É disso que eu to falando. Deduzo que há algo de errado entre tanta ajuda extra. Aqueles detalhezinhos que demoravam dias e mais dias, e faziam toda diferença na música, dão espaço a refrões fáceis, cópias, contatos e dinheiro.

Em tempos que a imagem e o emoticon fazem parte dos sentimentos humanos, se tem pouco espaço ao abraço e trocas de LP. As emoções se tornaram fúteis, fazer arte com afeto se tornou clichê e caiu na desgraça. Aplicando isso ao que chamam de música, prefiro chamar de restos fecais os ruídos que saem do iPod da nova geração.

Escolher a música pra ser um single virou tarefa fácil depois de ter tão pouco trabalho pra criar algo. O que soar como algo dançante e fácil de entender já faz parte do carro-chefe do disco. Com aquele contato e algumas cifras em moeda corrente já tem espaço garantido nos meios de comunicação que atingem a massa desconcientizada sobre o processo de criação do artista pós-moderno.

Pensarei em mais determinantes para a escolha de um single.

Um comentário:

Anônimo disse...

faço das tuas palavras as minhas.
tudo muito fácil, repetido e pra ganhar dinheiro!
mais efêmero impossível..e fica a cargo das bandas tentar acumular o máximo de capital nesse curto espaço de sucesso antes das músicas serem esquecidas para "criarem" novas porcarias descartáveis para pessoas também descartáveis.

;***