14 julho, 2010

Dos erros, dos acertos... de algo diferente

É na dor que muitos se voltam pra dentro e de lá não saem mais. Se comprazem de suas angústias como se todas fossem orgulho, uma vitória.

E, na verdade... são!

Quantas e quantas vezes o orgulho por ter errado serve de comparação com o presente?! Os dias passam e as células vão se perdendo, tal como as lembranças. Os ossos literalmente vão se desgastando e aparece uma ponta de saudade de como era bom ser mais jovem sem problema algum de saúde. O corpo sinaliza que alguns extremos e abusos surtiram mudanças negativas.

A mente vai trabalhando sobre a alma e o contrário também. A alma vai assimilando e guardando cada acerto e também guarda cada erro. Em algum lugar, em dado momento isso volta, mesmo que aparente ter ligação alguma, sempre volta. A vida não é feita de certezas e uma única realidade; é constituída, dentre outras coisas, de possibilidades e probabilidades. Quando nos deparamos com qualquer situação essa pode ser vista de diversas maneiras e, por conseguinte, gerar diversas sentenças sobre o que se vê. Essas percepções não são sinônimo de geração de atitude, tampouco uma atitude positiva. Ver, analisar, avaliar, ter uma sentença não quer dizer que consigamos tomar uma postura ativa. Posicionamo-nos entre os erros, necessidades, compromissos, pessoas diferentes, e nos misturamos entre essas coisas, como se passado, presente e -o que nem aconteceu de fato- fossem o Eu de agora. Parece que essas distorções negativas tendem a gerar mais atitudes do que quando conseguimos analisar com calma o que acontece, sem triturar, misturar, tomando uma atitude mais positiva.

Somos parte da influência que recebemos de nossos pais, relações com amigos, companheiros, normas sociais e tudo que vivemos até o presente; não somos a totalidade dessas influencias externas, nem de nossas próprias atitudes. Temos responsabilidade por avaliar o que fizemos, o que fizeram com a gente quando éramos mais frágeis, quando éramos “maduros” e tomar atitudes que condigam com a nossa verdade. Quem somos com nossas dores no corpo, cicatrizes de mágoas, marcas esquecidas junto com as vitórias, alegrias, sucessos estão presentes agora. Mesmo com todas essas coisas, somos responsáveis por algo novo, que dê um caminho diferente, que nos torne algo melhor, que caminhos não sejam somente trilhados; sejam construídos com seriedade.

Esse texto é escrito por um hipócrita que muito se contradisse e tantas vezes já se perdeu sabendo que iria se perder. Isso não impede de que eu e qualquer um tenhamos desejos, opiniões e valores a seguir e que esses sejam divididos, como nesse texto. Erros não tiram o mérito de querer seguir o que acredita.

Os erros cometidos, inclusive no presente, não apagam os valores e os ideais; pelo contrário, servem de impulso para aquele que, apesar de tudo, também acerta e quer algo melhor.



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