17 maio, 2011

O que é nosso


por favor, não
não diga
aquilo que foi
minha condenação

da noite, da manhã
de tanto ardor
quando deixei de ficar
onde desci do andar
que espreguiçava amor

sofrendo, em aperto
costurando a manga
seca lágrimas de tormento
poída de roer
é que isso ajuda
um pouco a esquecer
o quanto passou
de vida e que ainda vou
levando o viver

o "só" que digo
é que agora peço
juro ser digno
de todo calor
ainda pra ser honesto
comigo, com teu peito
com nossos netos
leva-me no bolso
meio sem jeito
enquanto acrescento
o berço mais singelo

posso cambalear pela vida
desde que tenha o verde
que seja dos teus olhos
que me ature, me aguente
estaremos aqui plantando
fazendo do amor o fruto
pra no futuro ser escudo
do que hoje é semente

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