17 outubro, 2007

O Melhor Soldado

Explosões de ansiedade não mais rodeiam os cemitérios cheios de amores enterrados. Algum dia a calma teria o seu momento de trunfo.
Cerraram as mãos em tempos de paz onde ambos os exércitos esperavam um único espasmo para gerar um pequeno estopim capaz de derrubar a muralha da China como em um efeito dominó.

Acabaram-se as chances de voltar no tempo perdido. Cada piscar de olhos já era motivo para festejar por não ter os olhos fechados para a eternidade. As artérias sondavam as minúcias entre um poro e outro para que o sangue pudesse ter uma vazão.
Entre os conflitos, deu tempo para que algumas poucas flores descem frutos, que seriam depositados entre a neve que viria no inverno.
Os conflitos acabam sendo esquecidos pouco tempo depois da guerra. Talvez a vontade dos civis sempre fosse que nada daquilo tivesse acontecido e que o inverno viesse como sempre veio em outros anos, sempre frio, porém, com menos frieza.

O tempo não espera que ninguém embarque. Você aceita e faz dele um aliado ou acaba sendo apenas um mísero átomo perdido sem ter no que fazer parte. O tempo não perde tempo.
Façamos da guerra parte nossa onde dela tiramos as armas perdidas por soldados mortos e montamos o nosso próprio exército a partir do pouco que sobrou.
Poderão vir muitos invernos árduos e hostis. Poderão vir os exércitos mais bem preparados pelos melhores mestres. Poderão vir com as melhores armas para nos atacar.
Porém...

Um único soldado é capaz de vencer uma guerra, desde que tenha ao seu lado alguém chamado tempo.
Ivan Pielke

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