17 abril, 2008

Bilhete

“Querida, desejo-lhe boa noite.
Que o teu sono seja leve e tranqüilo.
Desejo que o que o teu coração sonhas se transforme em realidade durante o teu dia.
A vida te deu a bênção, agora trate de me abençoar também com esse teu olhar logo após o despertar.
Te espero abrir os olhos. Assim que der o primeiro suspiro estarei aqui e te darei o teu abraço.
Agora durma e não esqueça o que passou.
Tu faz parte de mim e eu faço parte dos teus sonhos
Durma bem.”

O final da tarde se aproximava e Carolyn não sabia o que fazer com tanta alegria. Tudo que ela tinha pensado no dia anterior havia acontecido até o pôr-do-sol. Carolyn pensava e planejava em novo rumo para a sua vida. Um quarto novo, um par de sapatos, a reaproximação com o seu irmão e o aumento de salário. A única coisa que ainda não havia se concretizado era o desejo de voltar aos lábios do seu rapaz. Aquela que foi para não voltar.

Pois lá estava o rapaz. Esperando-a na esquina da sua rua. Ele morava no quarteirão ao lado e que a casa de Carolyn fora construída. Carolyn teve um forte calafrio e logo desviou o olhar; talvez por não acreditar no que estava vendo. Johnny estudava a noite. Àquela hora ele deveria estar na faculdade, mas estava ali, com uma sacola preta escorada no muro ao seu lado.
Carolyn precisava dobrar a esquina para chegar em casa. Era inevitável passar por Johnny, mesmo que fosse do lado oposto da rua. Mais seis passos e Johnny começa a atravessar a rua.

Carolyn começa a pensar – oh, meu Deus! Dá-me forças! Agora que ele está perto, traga-o ainda pra mais perto de mim -.

Carolyn não conteve a ansiedade. Num golpe do instinto resolveu atravessar a rua, mas foi em vão. Uma parte dela queria ficar e ter novamente aquele abraço.
“Amor!”, -ele me chamou de “amor”?! oh, meu Deus!-.

“Me espera, por favooor! Tenho um presente pra vocêêê!!”.
Carolyn não teve reação. Ficou entre a calçada e a poucos centímetros de onde os carros passavam. Sutilmente Johnny a puxou para a calçada. Instantaneamente Carolyn não se conteve e deu-lhe talvez o abraço mais demorado da sua vida.

Johnny foi convidado a ir tomar um chá na casa de Carolyn. Era o mesmo chá que ele mesmo fzia e servia em quase todas as ocasiões que estava na casa de Carolyn.
Conversaram muito sobre o que havia acontecido durante o tempo em que namoravam. Contaram cada um o que haviam feito e vivido depois do término do seu noivado.

Ambos não conseguiam esconder o desejo e a saudade que estavam em ter novamente os seus contatos íntimos. Todos os dias antes de dormir pensavam no tempo em que dividiam o único travesseiro de Carolyn. No tempo em que nem mesmo dormindo um saía dos pensamentos dos outros.

Foi então que surpreendentemente Carolyn, no meio de uma conversa, propõe que Johnny passe uma última noite com ela. Repetiu mais outras duas vezes esse pedido. Johnny embasbacado aceitou sem pestanejar pensando em como seria maravilhoso estar com Carolyn novamente por uma noite inteira.

Continuaram conversando por muito tempo até que Carolyn foi ao banho. Enquanto isso Johnny revirava a casa de cima a baixo com o olhar procurando pelas tantas fotos com Carolyn. Ela tinha espalhado fotos deles por toda a casa. Agora não mais estavam na camiseira, na parede da sala, na estante de mármore. Agora estavam possivelmente em alguma gaveta que Carolyn não teria fácil acesso.

Johnny ouve a porta do banheiro se abrir enquanto espera sentado no sofá da sala. Carol –como era chamada por Johnny- possivelmente teria ido ao seu quarto enrolada na sua toalha. Colocaria o seu pijama de estrelinhas, pensava Johnny.
Bingo! Era o mesmo pijama de seis meses atrás.
Carol com ironia e tenta arrancar um riso envergonhado de Johnny –Quer o teu calção? Aquele que o senhor esqueceu e fez questão de não vir buscar?!.

Sim, Johnny ficou envergonhado e logo tratou de se encaminhar ao banheiro com o calção esquecido. Carolyn pendura na maçaneta da porta a toalha que Johnny também havia esquecido, enquanto o seu rapaz toma banho.

Carol estava secando o cabelo enquanto ele pensava nas tantas vezes que eles fizeram amor no banho e depois seguiam ainda molhados para o quarto de Carolyn. Ainda assim sentia que deveria espera que Carol desse o sinal verde para que algo acontecesse algo durante aquela noite.

Ela estava olhando fixamente para a porta esperado que Johnny saísse. Carol estava pensando nas mesmas coisas que Johnny estava pensando enquanto se banhava.
Enfim ele sai do banho e se depara com o olhar mais doce, sincero, carinhoso e, principalmente, potente que jamais tinha visto em Carol. Neste instante o mesmo calafrio, que Carolyn teve ao ver Johnny na esquina, consumiu o corpo de Johnny e o deixou sem reação. Ou melhor: o deixou sem reação por apenas cinco segundos. Logo após este pequeno estado de estupor Johnny voa para os braços de Carolyn, que estava esperando sentada a cama.

Aquilo que tanto sentiam saudade estava acontecendo. Era uma mistura de surrealidade e paixão. Paixão maior que sentiam na primeira vez em tiveram todos os seus contatos.

Estavam exaustos e sem conseguir falar uma única palavra. Ambos estavam pensando na surrealidade que havia acontecido.

Em um estalo Carol desabafa “eu te amo para sempre, meu amor. É eterno!”. Johnny só consegue repetir as mesmas palavras, por ainda estar em êxtase.
Estavam deitados entrelaçados com seus braços e pernas. Os dois só pensavam no que recém tinha acontecido ali naqueles momentos e relembrando dos momentos que tanto sentiam falta.

Carolyn estava exausta e aos poucos seus olhos demoravam mais para abrir a cada vez que piscava.
Johnny resolve deixar as coisas como estavam. Tinha medo de estragar com alguma palavra. Queria que o “adeus” fosse como tinha acontecido.


Ele levanta, coloca a sua roupa e escreve o bilhete.

Um comentário:

Ricardo Ceratti disse...

Tem que consertar alguns errinhos de português e comida de letras mas eu axei mto mto bom! =D
Eu axo q tu já dá pra romancista hem! OUEHOUAHEOUHOUEHOAEA