22 dezembro, 2008

"Me encontrei com o nada e acho que o meu lugar é aqui"

É impressionante o quando o vazio é algo que nos acompanha por todos os lados e em todos os momentos. Não tem como deixar o vazio em casa ou tirar férias de si mesmo assim, do nada. Ele sempre está, quando ele existe.

Pode ser difícil viver em um corpo, com uma mente bajulando a si mesmo com pensamentos do tipo “eu não sou tão ruim assim”, “o agora é mais importante que o passado porque é agora que as coisas acontecem”. Agora, mais do que nunca, sei que é muito mais que difícil pensar assim, é preciso muita força. Talvez nem consiga me distanciar daquilo que penso e sinto, mas as coisas estão mudando. Não sei o rumo do barco, mas sinto cada carinho nas velas.

Gosto muito de sentir, gosto muito de tocar guitarra, não gosto de passar calor, mas gosto de ouvir música e ver o que ela tem ou não tem a dizer. Quando tem, está ali, quando não tem, se cria. É, ou não, a mesma coisa com o próprio organismo. Sentir uma dor não é físico, beijar alguém não é romântico, ganhar dinheiro não é capitalismo nem busca por sobrevivência; presenciar os enfeites e os dissabores da vida é morrer e acordar sucessivamente a cada contração e expansão do coração. É não conseguir controlar o nada e tentar se esquivar do tudo.

Viver é acreditar em uma coisa num segundo e o contrário. Tudo é muito mais que qualquer pensamento e cada existência de qualquer coisa.

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