12 julho, 2009

Aos que desistem da vida acabam por ganhar a falta de um futuro, que eles não acreditam que possa existir de verdade. Cada segundo é nada mais que sofrimento pelo peso dos minutos que passam. É inevitável para eles que, de alguma forma, este quinhão deva acabar. Por vezes é planejando e desejando a morte com todas as forças que ainda resta.

A visão de si, tal como a do futuro, é tão verdadeira que, talvez, nunca tenham se visto tão bem, como tal são, por toda vida que viveram até o momento. E há quem diga que é apenas um estado de humor deprimido, que nesse estado a percepção passa a ser deturpada quanto a si, ao mundo, ao futuro e aos outros. Esquecem que a do passado, ou seja, do que fizeram até agora, é que faz eles se sentirem tal como são.

O presente é o caos, dor e falta de sentido. O sofrimento não acontece no passado e nem no futuro; é no presente que a carne se corta, as lágrimas brotam e o cordão da vida -já tão frágil- é arrebentado.

O que eles fazem? Não fazem, até porque nem sabem o que fazer e como fazer.

E sabe, tô com eles e não abro.

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