12 agosto, 2009

Os Pássaros e Aqueles

Quando o humano é integrado, as partes são uma só. Raiva, solitude e alegria fazem parte da mesma ala no desfile. Os passarinhos não cantam sozinhos, o assovio, que não é canto, acompanha, tal como a voz grave de um homem que canta junto com a de uma moça. Assim, caturritas e papagaios, mesmo não sendo da mesma espécie, ficam permeados um com o canto do outro. Eles não existem somente em gaiolas; alguém que aprisionou-os, e é impossível prender a força tão generosa que vem de dentro deles. O que prendeu é o mesmo que fica encantado com o canto dos passarinhos presos. Os passarinhos, de maneira alguma, conseguiriam prendê-lo, por isso vivem presos; pela falta de medo de quem prende.

Os sentimentos são assim. Mesmo aprisionados, nunca sucumbirão. Contrário, ainda tocam aquele que está fora do peito claustrofóbico. Este pode abrir a portinha da gaiola.

Um comentário:

camilacorado disse...

e deixa o passarinho voar, pra perto de mim, bem leve no ar.