23 fevereiro, 2011

Assoprar


Os assopros da luta diária afastam as nuvens

Do desespero, da angústia, dos tormentos

Andar sempre, caminhar nos momentos

Alguns outros, como eu, erraram por galerias

Ouviram vozes das esculturas,

conversaram com os mortos

Aí estão!

Todos a postos esperando

A areia da ampulheta escorre como o sangue

Hoje o que mais importa é a saudade e o presente

De mãos dadas ou abanando as mãos

O mais importante ainda é errar

Amar sobre tudo, todos

Desde que tenhamos e vivamos o resto de nossas vidas

Sem restar nada

Afinal, sobre os dias sempre ficam as dúvidas consoladoras

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